Ascensão de Juazeiro como Município Independente


 



    A luta pela independência política de Juazeiro do Norte durou quatro anos, de 18 de agosto de 1907 a 22 de julho de 1911. Foi um período de muita agitação política e social, com a população do povoado se mobilizando para conquistar sua autonomia do município do Crato.

    A principal motivação para a independência de Juazeiro era a sua crescente importância econômica. O povoado havia se desenvolvido rapidamente nas últimas décadas, e se tornado um importante centro comercial e religioso. A população de Juazeiro sentia que estava pagando impostos demais ao município do Crato, e que não recebia em troca os serviços e benefícios que merecia.
O Rebate - 21-11- 1909\Edição 019


    Outra motivação para a independência era a rivalidade entre Juazeiro e Crato. Os dois povoados estavam localizados em regiões próximas, e havia uma certa animosidade entre eles. A população de Juazeiro sentia que estava sendo discriminada pelo município do Crato, e que não tinha voz na política local.

    A luta pela independência de Juazeiro foi liderada por uma coalizão de forças políticas, sociais e religiosas. Entre os principais líderes do movimento estavam o padre Cícero Romão Batista, o major Joaquim Bezerra de Menezes e o Dr. Floro Bartolomeu.

    O movimento pela independência de Juazeiro foi finalmente bem-sucedido. Em 22 de julho de 1911, o governo do estado do Ceará decretou a emancipação política do povoado. Juazeiro do Norte tornou-se um município independente, e o padre Cícero foi eleito seu primeiro prefeito.




+ Detalhes da Tumultuosa Emancipação

    A luta pela independência de Juazeiro do Norte foi um momento importante na história do município. Foi um momento de união e mobilização da população, que conquistou sua autonomia e passou a ter voz na política local.

    Em 30 de agosto de 1910, Juazeiro do Norte, no Ceará, proclamou sua emancipação do município do Crato. O evento foi marcado por uma grande manifestação, com mais de 15 mil pessoas reunidas na Rua Grande. Os fundadores do Jornal O Rebate, Dr. Floro Bartolomeu e o Padre Alencar Peixoto, discursaram inflamadamente, e depois, dirigiram-se à casa do Padre Cícero, que também discursou em apoio à emancipação.

    O movimento pela emancipação de Juazeiro ganhou força, e o Coronel Antônio Luiz Pequeno, prefeito do Crato, tentou reprimi-lo, enviando um batalhão para a cidade. No entanto, diante da magnitude do movimento e do apoio dos coronéis de outras regiões, os soldados recuaram. As lutas diplomáticas continuaram, com muitas passeatas e manifestações públicas. O Jornal O Rebate desempenhava um papel importante na mobilização do povo, mostrando a importância da independência de Juazeiro.

    Em 1911, a cidade de Juazeiro, situada no Ceará, conquistou sua emancipação do município de Crato. Essa decisão trouxe grande entusiasmo à população local, embora tenha sido alvo de críticas por parte da imprensa da capital. Apesar disso, a Lei 1028 foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado, assegurando assim a independência de Juazeiro como um novo município.

    A área designada para o novo município abrangia 224 quilômetros quadrados e teve seus limites delimitados pelas cidades vizinhas. Sob a liderança política do Padre Cícero, Juazeiro rapidamente ascendeu como uma cidade influente na região, desempenhando um papel ativo nos eventos históricos do Brasil.

    Quando chegou o momento de eleger o primeiro prefeito, quatro nomes foram sugeridos: Dr. Floro Bartolomeu, Padre Alencar Peixoto, o comerciante José André e o Major Joaquim Bezerra. Contudo, Padre Alencar e Dr. Floro foram excluídos da disputa. Diante dessa situação, o Padre Cícero tomou a decisão de assumir a posição de primeiro prefeito de Juazeiro, contando com o apoio do presidente do Estado, Dr. Antônio Pinto Nogueira Accioly, e da população local.
GONÇALVES, Assunção Gonçalves. O pacto da paz, 1978

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