A passagem da Coluna Prestes em Ceará, em 1926, gerou diversas representações midiáticas sobre o movimento militar que surgiu na década de 1920. Segundo a mídia local da época, os membros da Coluna foram retratados como rebeldes, saqueadores e perturbadores antipatrióticos. Jornais como "O Nordeste" e "Diário do Ceará" apoiaram a campanha do governo contra o movimento e construíram imagens de medo e terror em torno dele.
O papel dos jornais na construção de representações da Coluna Prestes em Ceará foi enfatizado por especialistas que discutem novas abordagens para a história política e cultural, que consideram as interações entre política e cultura e o papel das representações na formação da realidade social.
Além disso, o contexto da época foi marcado por várias transformações sociopolíticas, incluindo urbanização e industrialização. O movimento Tenentista, liderado por oficiais militares rebeldes, foi uma grande manifestação contra o sistema político da época. A Coluna Prestes, uma marcha de soldados rebeldes, teve um impacto notável na sociedade brasileira e encontrou resistência em várias regiões, incluindo Ceará. O governo, a polícia, as autoridades políticas e as figuras religiosas foram elementos-chave na campanha contra o movimento.
Nos anos 1920, os jornais da época especulavam sobre a possibilidade da Coluna Prestes atravessar o Piauí rumo ao Ceará. Fontes da família Távora afirmavam que os tenentes encontrariam apoio no estado, mas isso não se concretizou devido à fraqueza das oposições locais. A Coluna era formada por cerca de 1500 homens montados e armados, mas com pouca munição, e muitos dos seus membros estavam doentes.
Em resposta à ameaça, o presidente Artur Bernardes incumbiu Floro Bartolomeu, então deputado federal, de organizar a defesa do Ceará. Em dezembro de 1925, Floro chegou a Juazeiro trazendo armas, munição e dinheiro do governo federal. Ele organizou os chamados "batalhões patrióticos", compostos principalmente por jagunços enviados por latifundiários da zona sul-cearense. De acordo com os jornais, o batalhão de Floro em Juazeiro tinha cerca de 1500 homens, o mesmo número da Coluna.
Padre Cícero enviou uma carta a Luiz Carlos Prestes pedindo a rendição da Coluna em nome da "reconciliação nacional". Os batalhões organizados por Floro apoiaram a polícia militar do Ceará e as forças federais compostas por tropas do Exército e das polícias do Rio Grande do Sul e São Paulo no combate aos "revoltosos". Os integrantes da Coluna eram conhecidos popularmente como "revoltosos" e a imprensa governista e as elites locais espalhavam o medo sobre eles enquanto a imprensa oposicionista era silenciada.
A população foi levada ao pânico e vários núcleos urbanos se esvaziaram com a proximidade dos tenentes. A Coluna era vista como um grupo de marginais que violentavam mulheres, saqueavam e incendiavam propriedades. Embora alguns membros tenham cometido excessos, os líderes da Coluna procuravam tratar bem a população local em busca de apoio a causa.
Tivemos um momento curioso devido essa marcha tenentista, o encontro entre Padre Cícero e Lampião, dois mitos da história nordestina, em 1926. O motivo do encontro foi o convite feito pelo deputado Floro Bartolomeu para que Lampião se juntasse ao “Batalhão Patriótico”, um grupo de jagunços e cangaceiros que deveria combater a Coluna Prestes, um movimento militar rebelde que ameaçava o governo federal.
Padre Cícero tentou convencer Lampião a abandonar o cangaço e lhe deu um documento falso que supostamente lhe garantia salvo-conduto pelos sertões. Lampião aceitou o documento e se autodenominou “Capitão Vírgulino”, mas logo percebeu que havia sido enganado. Ele então desistiu de lutar contra Prestes e seguiu seu caminho de bandoleiro.
O Padre Cícero e Lampião representavam duas faces do Nordeste: uma religiosa e conservadora, outra violenta e marginalizada. O l governo federal usou os cangaceiros como instrumentos políticos em uma época de instabilidade e conflitos no país.
ALVES, Alex. 1926 - “PARA AS FRONTEIRAS DO CEARÁ!”: A COLUNA PRESTES NO TERRITÓRIO CEARENSE E A ÓTICA DOS JORNAIS IMPRESSOS. Embornal, v. 4, n. 8, p. 152–185, 2013. Disponível em: <https://revistas.uece.br/index.php/embornal/article/view/3265>. Acesso em: 17 mar. 2023.
COSTA, André, Padre Cícero era reverenciado pelo cangaceiro Lampião, diz pesquisador, Diário do Nordeste, disponível em: <>. acesso em: 17 mar. 2023.
Cruz , A. C. . (2021). A COLUNA PRESTES, PADRE CÍCERO E O CAPITÃO VIRGULINO. Revista Ibero-Americana De Humanidades, Ciências E Educação, 7(6), 333–338. https://doi.org/10.51891/rease.v7i6.1375
NETO, Lira. O curioso dia em que Padre Cícero encontrou Lampião — que foi enganado. Aventuras na História. Disponível em: <https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/almanaque/o-curioso-dia-em-que-padre-cicero-encontrou-lampiao-que-foi-enganado.phtml>. Acesso em: 17 mar. 2023.
Padre Cícero tentou convencer Lampião a abandonar o cangaço e lhe deu um documento falso que supostamente lhe garantia salvo-conduto pelos sertões. Lampião aceitou o documento e se autodenominou “Capitão Vírgulino”, mas logo percebeu que havia sido enganado. Ele então desistiu de lutar contra Prestes e seguiu seu caminho de bandoleiro.
O Padre Cícero e Lampião representavam duas faces do Nordeste: uma religiosa e conservadora, outra violenta e marginalizada. O l governo federal usou os cangaceiros como instrumentos políticos em uma época de instabilidade e conflitos no país.
Embora ainda haja embates de memórias, a versão mais aceita sugere que Lampião soubera das dificuldades dos batalhões patrióticos de Pe. Cícero no combate aos tenentes e mostrara interesse em ajudar as forças legalistas. Convencido a ir a Juazeiro por um tenente dos batalhões, chamado Francisco Chagas, Lampião animou-se com a possibilidade de receber a patente de capitão dos patriotas, como estava acontecendo com outros combatentes, e conhecer pessoalmente Pe. Cícero.
ALVES, Alex. 1926 - “PARA AS FRONTEIRAS DO CEARÁ!”: A COLUNA PRESTES NO TERRITÓRIO CEARENSE E A ÓTICA DOS JORNAIS IMPRESSOS. Embornal, v. 4, n. 8, p. 152–185, 2013. Disponível em: <https://revistas.uece.br/index.php/embornal/article/view/3265>. Acesso em: 17 mar. 2023.
COSTA, André, Padre Cícero era reverenciado pelo cangaceiro Lampião, diz pesquisador, Diário do Nordeste, disponível em: <>. acesso em: 17 mar. 2023.
Cruz , A. C. . (2021). A COLUNA PRESTES, PADRE CÍCERO E O CAPITÃO VIRGULINO. Revista Ibero-Americana De Humanidades, Ciências E Educação, 7(6), 333–338. https://doi.org/10.51891/rease.v7i6.1375
NETO, Lira. O curioso dia em que Padre Cícero encontrou Lampião — que foi enganado. Aventuras na História. Disponível em: <https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/almanaque/o-curioso-dia-em-que-padre-cicero-encontrou-lampiao-que-foi-enganado.phtml>. Acesso em: 17 mar. 2023.
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